Aspectos analisados
|
Principais resultados
|
Principais estratos de falas dos informantes-chave
|
Acompanhamento do processo (PNHV) |
Âmbito federal:
|
“Tem indução política, e que o Ministério tem seus carros-chefes de doenças. Temos muitos protocolos para a hepatite, para garantir o tratamento, mas não para organizar a atenção”. P7 |
|
- Ministério da Saúde frágil à formulação de diretrizes para a organização da rede de atenção. |
“As hepatites nunca foram pauta de prioridade nos discursos do Ministério”. P8 |
Pactuação entre as instâncias (Estadual e Municipal) |
- As hepatites não é um tema de relevância na agenda das políticas públicas de saúde. |
|
|
- O PNHV ainda não fomentou a universalização e a equidade no acesso. |
|
|
Âmbito estadual e regional:
|
“Não tem a presença da SES acompanhando nosso trabalho, nem mesmo a do ERS”. P3 |
|
- Ausência de acompanhamento da coordenação estadual e do Escritório Regional de Saúde (ERS) na pactuação da rede de atenção e organização dos fluxos assistenciais. |
“Não participo das articulações da gestão na Secretaria Municipal de Saúde ou no ERS, eles apenas verificam se tem vaga”. P6
|
|
- O Consórcio Intermunicipal de Saúde (CIS) não mostrou potencialidade de monitoramento para qualificar a rede de atenção. |
“O médico é pago por produção, são contratados como pessoa jurídica. Tivemos que suspender as consultas por alguns dias, por conta de contrato ou de pagamento”. P5 |
|
- A contratação do médico pelo CIS mostrou, em alguns momentos, a descontinuidade por falta de pagamento. |
|
|
Âmbito municipal:
|
“A mudança de prefeito atrapalha ou ajuda, porque cada gestor vem com um entendimento”. P3 |
|
- Rotatividade de gestores, na esfera municipal, e nos serviços de saúde, mostrou influência na direção das ações para a atenção às hepatites. |
“Nas mudanças de gestores eu vi que perdemos o que tínhamos”. P4 |
|
|
“Troca prefeito e já troca as coordenações. Cada um vem com seu jeito”. P8 |
DIMENSÃO DE ANÁLISE: ECONÔMICO-SOCIAL
|
Aspectos analisados
|
Principais resultados
|
Principais estratos de falas dos informantes-chave
|
Investimentos na rede pública pela esfera de poder e nível de complexidade |
- Apenas um médico especialista para atender a rede de dezenove municípios. |
“Descentralizou dois SAE, mas não consegui médico para assumir as hepatites”. P9 |
|
-Não se projetou uma política de atração e fixação de médicos especialistas para atender as hepatites, mesmo com a descentralização de SAE na região. |
“Não avançamos para ser microrregional porque precisamos de médico que fique no programa”. P7 |
Barreiras sociais, econômicas, culturais e físicas |
- Baixo quantitativo de recursos humanos, principalmente nos CTA. |
“É um infectologista para atender a rede de dezenove municípios”. P6 |
|
- Grande parte dos municípios da RS não possuem serviços de testagem. |
“Sou somente eu que faço a testagem aqui. Se sair em atividade extramuro a demanda fica sem testagem”. P7 |
|
|
“Aqui temos um CTA e ainda não conseguimos testar todos, imagine onde não tem”. P3 |
|
|
“São poucos os municípios da RS que tem testagem”. P5 |
|
- Ações de testagem não tem acompanhado a expansão populacional dos municípios. |
“O crescimento populacional da cidade e a quantidade de teste realizado, ainda é pouco se for comparar”. P7 |
|
- O suporte do município para o transporte do paciente depende do orçamento municipal e da disponibilidade de veículo. |
“Tem dificuldade com o transporte, às vezes perde a consulta por falta ou por questão financeira”. P5 |
|
- Estrutura física dos CTA limita a realização de ações em grupos e restringe o atendimento. |
“O CTA é uma sala do lado da unidade de saúde”. P9 |
DIMENSÃO DE ANÁLISE: ORGANIZACIONAL
|
Aspectos analisados
|
Principais resultados
|
Principais estratos de falas dos informantes-chave
|
Porta de entrada |
- Resistência das unidades de Atenção Primária à Saúde (APS) na descentralização da testagem. |
“É para realizar teste rápido na saúde da família, mas está um impasse. Muita resistência dos enfermeiros”. P4 |
|
- O serviço de referência, CTA, encaminha mais rapidamente o usuário com diagnóstico confirmado do que a APS. |
“A orientação para os pacientes é que toda vez que o médico pedir exame marca aqui com a gente, porque se ele for pela APS demora 30 a 40 dias”. P7 |
Fluxo do atendimento |
- Múltiplos fluxos nos municípios até o usuário receber o diagnóstico. |
“A carga viral ela é feita às seis horas da manhã. É desgastante para o paciente que precisa sair de seu município para estar aqui nesse horário. O mesmo acontece com as consultas e com o acompanhamento”. P6
|
|
- Ausência da definição de uma governança regional. |
|
Barreiras geográficas |
- A centralidade para realizar os exames confirmatórios e consultas indica uma barreira geográfica. |
|
|
|
|
Regulação/ |
|
|
Referência/ |
|
|
Contrarreferência |
- Gestão estadual ausente do processo de regulação da assistência. |
“A regulação é via CIS eu não sei dizer de demanda de espera”. P5 |
|
- Não fica claro para os serviços de saúde a responsabilidade dos entes federados na gestão da assistência. |
“Desde que o CIS assumiu o CTA parou de acompanhar as pessoas com hepatites”. P4 |
Avaliação |
- O serviço de referência regional não participa da análise da rede de atenção e acompanhamento/monitoramento. |
“Nós não fazemos um serviço integrado com a rede”. P6 |
|
- Para o transplante não ficou claro o fluxo do usuário na rede de atenção da RS. |
“O transplante é o primeiro caso. Eu não sei dizer como acontece ainda”. P6 |
|
- Logística de acesso ao tratamento é um dos principais problemas, principalmente para a hepatite C. |
“A dificuldade é a logística para o medicamento. Temos muitos casos de pacientes irregulares, pacientes que descontinuaram a medicação, por conta da burocratização”. P6 |
|
- Não há uma coordenação dos serviços para monitorar o acesso do usuário ao tratamento. |
“Depois que encaminha para a farmácia de alto custo, nós o SAE não fazemos monitoramento”. P6 |
|
- Existe fragilidades de comunicação entre a dispensação da medicação, nos municípios, com os usuários que aguardam o medicamento. |
“Tivemos casos de paciente que a medicação dele estava no município, eles não avisaram o paciente”. P6 |
|
- Não há monitoramento pelos serviços de saúde que encaminharam usuários à referência. |
“O monitoramento ficou solto. É mais o paciente que vai lá para reclamar de algo ou porque está passando mal”. P4 |
|
- Gestão do CIS não avalia a coordenação do cuidado na rede. |
“Dificuldade é o acompanhamento do paciente. Alguns mudam de cidade, outros param o tratamento”. P8 |
|
- Não fica claro se a APS ou o programa de atenção às hepatites assume o acompanhamento do usuário no município. |
“Participamos de algumas avaliações da rede que foram feitas pelo Ministério, mas percebe que é mais de infraestrutura do que da qualidade”. P6 |
|
- Avaliação do serviço, do processo de trabalho e da atenção prestada não é realizada nos serviços de saúde. |
“Eu não trabalho aqui com avaliação, isso fica por conta da SES como também o planejamento das metas”. P5 |
DIMENSÃO DE ANÁLISE: TÉCNICA
|
Aspectos analisados
|
Principais resultados
|
Principais estratos de falas dos informantes-chave
|
Acolhimento |
- Necessidade de equipes capacitadas para assumir a atenção às hepatites. |
“Seria de nossa competência atender hepatites, porque somos um SAE, mas não temos equipe capacitada”. P9 |
Vínculo |
“Se não tiver uma equipe de treinamento e suporte não vai descentralizar. Tem médicos na APS e no SAE que não sabe ler um marcador no resultado de hepatite”. P5
|
Competência/ |
|
Habilidade |
|
Autonomia |
|
Compromisso |
|
Projeto terapêutico compartilhado - equipe e usuário |
|
Qualidade da atenção |
- O enfrentamento às hepatites não é rotineiro nos serviços de saúde. |
“Não tem uma rotina para as hepatites”. P8 |
|
- O diagnóstico tardio, é uma realidade. |
“A prevenção fica com o município. Cerca de uns 80% dos nossos diagnósticos são tardios”. P6 |
|
- Pouca ação estratégica para identificar os usuários precocemente e a população chave/vulnerável. |
“Não significa que onde tem um CTA não venha pessoa com diagnóstico tardio”. P5 |
DIMENSÃO DE ANÁLISE: SIMBÓLICA
|
Aspectos analisados
|
Principais resultados
|
Principais estratos de falas dos informantes-chave
|
Cultura |
- Cultura, crença, valores e subjetividade contribuem para reduzir o acesso à testagem e influenciam o tratamento. |
“Tem pessoas que não vem aqui por medo. A cidade é pequena, vai que vê entrando na minha sala”. P3 |
Crenças |
- O usuário possuir alguma sintomatologia faz ele procurar a testagem. |
“O teste da hepatite é mais quando vem fazer exame do HIV”. P8 |
Valores |
- Desconhecimento das ações que os serviços oferecem. |
“As pessoas geralmente não sabem que tem hepatite, quando chega aqui já está grave”. P9 |
Subjetividade |
- Postura do profissional de saúde. |
“Teve uma senhora que tinha parado o tratamento porque começou a tomar chá”. P5 |
|
|
“Muitos pacientes não sabem que existe esse serviço, que tem testes gratuitos e acessíveis”. P7 |