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O padrão de demanda por mão de obra na lavoura paulista e a questão do trabalhador nacional: nem vadio, nem escasso, nem instável (1890-1915)

The standard of workforce demand in agriculture in Sao Paulo and the native worker: neither idleness nor shortage nor instability (1890-1915)

Este artigo analisa a relação entre o padrão de demanda por mão de obra na agricultura paulista entre 1890 e 1915 e as formas de engajamento do trabalhador na atividade produtiva defendendo a ideia de que estas últimas propiciavam a formação de estereótipos sobre o chamado trabalhador nacional, tais como os da sua escassez e sua instabilidade e ociosidade. Nas interpretações mais gerais sobre a formação econômica e social brasileira, um dado prepondera: a quase "exclusão" do brasileiro pobre do processo de produção, sendo elemento marginal e acessório na estrutura produtiva central brasileira e paulista. Mostramos que a demanda por trabalho era marcadamente sazonal e incerta gerando, com isso, necessidade de oferta elástica de trabalhadores temporários e explicando, em parte, a contradição de uma sociedade que tinha, segundo o discurso da época, ora falta de trabalhadores, ora abundância; ora trabalho, ora ociosidade.

Formação do mercado de trabalho; Trabalhador brasileiro; Sazonalidade agrícola; Vadiagem; São Paulo


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