RESUMO
Este trabalho analisa a contribuição da estrutura ocupacional como fonte de desigualdade no Brasil, fazendo um estudo comparativo com os Estados Unidos. Mudanças entre e dentro das estruturas ocupacionais são analisadas entre 1983 e 2011, verificando em que medida essas transformações contribuíram para atenuar os níveis de desigualdade socioeconômica. São consideradas diferenças de escolaridade, sexo, gênero e raça. Os resultados destacam: (1) um nível substancialmente superior de desenvolvimento da estrutura ocupacional nos Estados Unidos, refletindo as diferenças socioeconômicas entre os países; (2) uma tênue convergência entre as estruturas dos dois países no período; (3) uma expressiva redução das diferenças de escolaridade, idade, gênero e raça na inserção ocupacional dos dois países, ou seja, redução da estratificação social. O trabalho conclui sobre a relevante contribuição analítica da estrutura ocupacional como fator explicativo da desigualdade socioeconômica de um país ao longo do tempo ou entre países em um específico período de tempo.
Palavras-chave:
Ocupações; Desigualdade; Mercado de trabalho; Estratificação social; Modelo logística multinomial