Resumo:
O texto se desenvolve em três etapas complementares: primeiro, discutimos a estratégia da negação da política, com a qual Bolsonaro afrontou valores democráticos sem romper definitivamente com a democracia, tanto na campanha presidencial como na pandemia. No segundo momento, discutimos a estratégia do negacionismo como política, importante para a compreensão do modo como Bolsonaro empreendeu sua gestão da pandemia. No terceiro momento, argumentamos que durante a pandemia aquelas duas estratégias se conjugaram, produzindo fenômenos sócio-políticos que corroem a democracia, como a banalização das mortes e a naturalização da clivagem entre vidas valiosas, vidas submetidas a processos de menos-valia e vidas descartáveis.
Palavras-chave:
Negacionismo; Negação da Política; Pandemia; Banalização da Morte; Crise da Democracia