RESUMO:
Este texto constitui uma abordagem na área da História da Educação, tendo como fio condutor a história intelectual e cultural, procurando compreender cinco conferências educacionais ocorridas no Brasil nos anos de 1920: Conferência Interestadual do Ensino Primário (Rio de Janeiro, 1921); Congresso de Ensino Primário e Normal (Paraná, 1926SIRINELLI, J. F. Os intelectuais. In: RÉMOND, R. Por uma história cultural. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2003. p. 231-269.); Primeiro Congresso de Instrução Primária (Minas Gerais, 1927); Primeira Conferência Estadual do Ensino Primário (Santa Catarina, 1927); Primeira Conferência Nacional de Educação, promovida por intermédio da ABE (Curitiba, 1927). A proposta considera as conferências educacionais como integrantes de um repertório compartilhado por seis intelectuais: Orestes de Oliveira Guimarães, Antonio de Sampaio Dória, Lysimaco Ferreira da Costa, Antonio de Arruda Carneiro Leão, Francisco Luís da Silva Campos e Manoel Bergström Lourenço Filho, compreendidos como representantes de projetos em disputa pela modernidade educacional, com destaque para a expansão, gratuidade e obrigatoriedade do ensino primário. Apresenta-se a seguinte questão-problema: como pensar as conferências educacionais como integrantes de um repertório que mobilizou sujeitos - intelectuais - em defesa e disputa de concepções e projetos, no intento de estabelecer em que sentidos e significados a modernidade educacional deveria estar assentada no Brasil dos anos de 1920? O percurso teórico-metodológico e as análises realizadas circundam os conceitos de moderno/modernidade, repertório, intelectuais e representação. Atingir a modernidade educacional, em relação ao Brasil, no período indicado, exigiu articulações e ações que, em tese, garantiriam o pretendido, dentre elas estavam os aspectos da expansão, gratuidade e obrigatoriedade do ensino primário.
Palavras-chave:
Conferências educacionais; modernidade educacional; ensino primário