RESUMO:
O ensaio trata da ideia de Eros formativo presente no Banquete, de Platão, a partir da interpretação feita por Michel Foucault no segundo volume de sua História da sexualidade: o uso dos prazeres. Primeiro, busca-se reconstruir a arquitetônica da investigação foucaultiana acerca dos aphrodisia, que se desdobra em dietética, econômica e erótica, localizando a dialética do amor no interior da erótica. Na sequência, discute-se o aspecto formativo do Banquete, destacando, especialmente, a reciprocidade entre erasta (o amante) e erômeno (o amado), e assumindo que a guinada ontológica da dialética do amor aponta diretamente para a dimensão ético-formativa do Eros, de acordo com o argumento do diálogo. O Eros relacionado à beleza individual e particular (ou seja, como contingente e empírico) só pode ser superado pela perspectiva universal do amor quando for permitido a um (o erasta) assumir a posição do outro (o erômeno) e vice-versa.
Palavras-chave:
Eros formativo; aphrodisia; dialética; erasta; erômeno