RESUMO:
A avaliação formativa consiste em uma verificação qualitativa de conhecimentos construídos, habilidades e competências de um indivíduo em processo formativo. Essa avaliação constitui-se como fundamental para o andamento das sessões tutoriais, presentes na metodologia da Aprendizagem Baseada em Problemas, utilizada amplamente nos cursos de Medicina do Brasil. No entanto, fatores como a falta de conhecimento dos professores e o medo dos estudantes pelo processo avaliativo impedem que ela seja efetivada. Este estudo, portanto, visa analisar como ocorre a avaliação formativa em sessões tutoriais, com base na Idoneidade Didática Emocional, ou seja, pretende compreender como a avaliação formativa afeta o interesse, a atitude, as emoções e a aprendizagem/conhecimento dos estudantes que participam da sessão tutorial. A pesquisa caracteriza-se como qualitativa, tendo como informantes alunos e uma tutora do curso de Medicina de uma faculdade do interior da Bahia. Para coleta de dados foi utilizada a Observação Participante com utilização de questionários estruturados e observação da dinâmica tutorial no ano de 2021. A análise dos dados deu-se através do Critério de Idoneidade Didática Emocional, adaptado para o curso de Medicina, que tem a finalidade de medir como discentes se interessam e são afetados no processo ensino-aprendizagem. Como resultado, percebeu-se que os discentes e a docente ainda valorizam mais a avaliação somativa em detrimento da formativa, criando comportamentos aversivos ao processo avaliativo, tais como ansiedade e medo. Percebeu-se a importância da avaliação ao final da tutoria como forma de estimular o desenvolvimento de habilidades, atitudes e aprendizagens dos conteúdos estudados, embora ela não siga uma normatização convencional de autoavaliação, avaliação dos pares, avaliação do tutor e avaliação pelo tutor.
Palavras-chave: feedback; aprendizagem baseada em problemas; critérios de idoneidade didática; autonomia; emoções