RESUMO:
Objetivamos neste texto analisar os efeitos dos relatórios de Edgard Faure (1973) e de Jacques Delors (1996) acerca da desmaterialização da escola acelerada pela pandemia de COVID-19. A agenda desses dois relatórios gira em torno do encontro entre educação e Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), via um conjunto de recomendações relativo a como tornar mais eficaz o ensino e a aprendizagem dos estudantes mediados pelo uso de pedagogias alternativas em estreita conexão com recursos audiovisuais e de internet. Decorrente dessa problemática, eis nossa hipótese de trabalho: o discurso sobre a sociedade da aprendizagem, que enaltece o uso das novas tecnologias no ensino, paralelo ao discurso sobre o desemparedamento da infância, que defende a educação das crianças em contato direto com a natureza aproximam-se em seu efeito de promover a desmaterialização da escola, enquanto a pandemia criou o contexto no qual a desmaterialização se tornou temporariamente inevitável. Dentre as conclusões, destacamos que, no contexto urbano atual, perpassado por uma ideia de educação no sentido de que todos os artefatos são educativos, o aprendizado se tornou a plataforma dos espaços-ambiências já desemparedados e desmaterializados.
Palavras-chave:
Discurso; Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC); Desemparedamento da infância; Educação; COVID-19