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”ELES FAZEM A GINÁSTICA SUECA COM ADMIRÁVEL PRECISÃO …” CONSTRUÇÃO DE NAÇÃO E PRODUÇÃO DE INOCÊNCIA NO INDIGENISMO ESTATAL BRASILEIRO DO INÍCIO DO SÉCULO 20

RESUMO:

Uma fotografia do início do século 20 no acervo do Museo do Índio mostra crianças Paresí exercendo “ginástica sueca”. Essa ginástica era praticada nas escolas de vários postos indígenas do SPI como parte do projeto indigenista de “nacionalizar” as populações indígenas. Usando a foto como ponto de partida, este artigo explora a relação entre um projeto positivista de nação dentro do indigenismo brasileiro, e a ginástica do Ling como um projeto voltado para a população e a nação. Aplicando os conceitos de zona de contato colonial e estratégias de “anticonquista” de Mary Louise Pratt, bem como a análise do indigenismo como uma continuação da guerra de conquista com outros meios, de Antonio Carlos de Souza Lima, o artigo argumenta que a ginástica sueca ressoou particularmente bem com o indigenismo positivista. Percebida como um método de educação física não comprometido pelo militarismo chauvinista, a ginástica encaixava em um projeto colonial de nação baseado na negação da própria violência.

Palavras- chave:
Indigenismo; Colonialismo brasileiro; Ginástica sueca; Educação física

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