RESUMO:
O crescimento do mercado da formação universitária no ensino superior privado tornou-se um grande negócio lucrativo, a ponto de ignorar o critério da qualidade da formação. Neste artigo refletimos sobre as contradições que dizem respeito à implementação do ensino híbrido, em que atividades virtuais e parcialmente presenciais são conciliadas, mas adotadas estrategicamente seguindo o apetite de gozo do mercado. A partir do caso Moara, sob às coordenadas dos estudos de psicanálise, educação e formação docente, examinamos como o uso do ensino mediado pelas tecnologias precariza e pode prescindir-se do professor, ao passo que, ao objetificá-lo, expropria-o de seu lugar de enunciação. A incidência do discurso tecnológico na formação acadêmico-profissional, como desdobramento do discurso capitalista, cria enunciados que se tornam suporte discursivo e significantes mestres por meio dos quais o docente pode não somente alienar-se, mas também satisfazer-se. Veremos a que preço.
Palavras-chave:
Ensino Superior Privado; Professor; Discurso Tecnológico; Discurso Capitalista; Psicanálise