RESUMO:
O artigo problematiza alguns dos alcances e limites da Estratégia Democrática e Popular (EDP) e a influência desse ideário no campo educacional, explicitada através das lutas pela democratização da educação. Para compreender a luta pela democratização da educação resgatamos: a produção da pesquisa educacional entre os anos 1980 e início dos anos 2000; a constituição do Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública (FNDEP), por abranger significativa representação na área; a construção do Plano Nacional de Educação - A Proposta da Sociedade Brasileira (1997), documento que sintetizou de forma singular as bandeiras de luta do campo educacional; e as resoluções e programas de governo do Partido dos Trabalhadores (PT) que tratam da educação, produzidos entre o final dos anos 1970 e 2002, por terem sido o principal partido da classe trabalhadora nesse período. O objetivo foi evidenciar como as orientações da estratégia democrática e popular foram assimiladas pelos movimentos que lutaram pela democratização da educação e em defesa da escola pública, apresentando as bandeiras levantadas, táticas utilizadas e as consequências para a organização política. Trata-se de um estudo bibliográfico que se vale de análise histórica, conceitual e documental. Em nossas conclusões, apontamos que há certa convergência entre as produções da pesquisa educacional, as reivindicações explícitas no Plano Nacional de Educação (1997), a organização do FNDEP, as resoluções do PT e o ideário democrático e popular. O campo educacional, enquanto parte da totalidade, expressou de forma particular a consciência prática da classe trabalhadora.
Palavras-chave:
democratização; educação; ideário democrático e popular