O efeito das UPAs na taxa de internações por condições sensíveis à atenção primária

Medeiros, Rodrigo de Vasconcellos Viana; Costa, João Gabriel Alves da; Cardoso, Leonardo Chaves Borges

doi:10.1590/1980-53575142rjl

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Estudos Econômicos (São Paulo)

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Sumário

Artigo de Pesquisa • Estud. Econ. 51 (04) • Oct-Dec 2021 • https://doi.org/10.1590/1980-53575142rjl copiar

O efeito das UPAs na taxa de internações por condições sensíveis à atenção primária^♦ ♦ O presente trabalho foi realizado com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.

Autoria SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS

Resumo

Este artigo tem como objetivo avaliar o efeito das Unidades de Pronto Atendimento (UPA) sobre as internações por condições sensíveis à atenção primária (ICSAP) nos municípios do estado do Rio de Janeiro. Para alcançar o objetivo proposto, a estratégia empírica utilizada consistiu em elaborar um modelo de diferenças em diferenças (DD) organizado ao nível municipal entre os anos 2000 a 2017, identificando as ICSAP a partir do município de residência do indivíduo. Foi constatado que as UPAs têm um efeito negativo e significativo na taxa de ICSAP, caracterizando essa estrutura de saúde como um instrumento relevante capaz de reduzir a superlotação em emergências hospitalares. Em média, os municípios com UPA instalada reduziram as ICSAP em cerca de 21 unidades por 100 mil habitantes ao longo do período em que houve as inaugurações das UPAs. Tais resultados fornecem evidências da importância das UPAs no atual sistema brasileiro de atenção às urgências e emergências.

Palavras-chave:
Unidades de Pronto Atendimento; Internações hospitalares; Diferenças em Diferenças

Variável	Definição	Fonte	Sinal esperado
ICSAP	Variável dependente que representa a taxa de ICSAP por 100 mil habitantes e por local de residência de acordo com lista de Classificação Internacional de Doenças¹ (CID-10)	Datasus
Ag	Variável de controle que representa o índice (percentual) de atendimento urbano de água no município. É calculado pela relação entre a população total atendida com água e a população residente total do município.	Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS)	(-)
Esg	Variável de controle que representa o índice (percentual) de atendimento total de esgoto no município. É calculado pela relação entre a população total atendida com esgotamento sanitário e a população residente total do município.	SNIS	(-)
PIB	Variável de controle que indica o PIB per capita a preços constantes do ano 2000 como medida de riqueza municipal.	IBGE	(-)
NMAT	Variável de controle que representa a taxa por mil habitantes de alunos matriculados cursando e concluintes em alguma instituição de ensino superior.	Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais	(-)
ESF	Variável de controle que representa o percentual que as unidades de Estratégia de Saúde da Família cobrem do total da população.	Datasus	(-)

Período pré UPA (2000-2006)				Período pós UPA (2007-2017)
Variável	Controle	Tratamento	Diferença de médias	Controle	Tratamento	Diferença de médias
Água (%)	79,76 (26,46)	76,37 (26,59)	3,39 [1,75]	83,12 (25,29)	85,85 (21,75)	-2,73 [1,44]
Esgoto (%)	40,55 (34,97)	41,71 (37,10)	-1,16 [12,88]	58,53 (26,15)	56,73 (28,71)	1,79 [2,20]
Pib (Mil R$)	8,20 (13,49)	10,26 (10,15)	-2,06 [1,07]	10,44 (18,52)	12,17 (13,85)	-1,73 [1,04]
ESF (%)	46,45 (34,83)	30,09 (26,07)	16,36*** [2,52]	85,89 (23,04)	70,17 (26,69)	15,71*** [1,58]
NMAT (mil/hab)	18,76 (13,17)	19,71 (14,23)	-0,95 [15,86]	22,17 (14,37)	24,68 (22,64)	-2,51 [2,85]
ICSAP (100mil/hab)	2350,12 (1103,74)	2180,10 (1214,78)	170,02 [98,32]	2020,38 (1132,07)	1010,30 (672,14)	1010,08*** [16,37]
N	400	328		500	410

Variável	Modelo I	Modelo II	Modelo III	Modelo IV	Modelo V
${\hat{β}}_{3}$	-22,45*** (-4,34)	-16,77*** (3,77)	-17,87*** (3,85)	-19,71*** (3,93)	-21,44*** (4,17)
${\hat{β}}_{2}$	-63,45*** (4,41)	-62,21*** (6,01)	-62,00*** (6,65)	-60,06*** (7,09)	-64,52*** (7,65)
${\hat{β}}_{1}$	-944,90*** (46,27)	-1438,40*** (86,96)	-1535,90*** (88,01)	-1554,40*** (103,14)	-1492,10*** (139,91)
Controles
PIB		-4,80 (2,58)	-8,07** (2,65)	-6,54** (2,56)	-4,56* (2,23)
ESF			-0,50 (0,86)	-0,48 (0,86)	-0,50 (0,96)
NMAT				2,68* (1,30)	3,60** (1,33)
Ag					-1,28 (1,17)
Chuva_2013					57,45 (56,26)
Constante	129664,80*** (8862,93)	127115,30*** (8815,20)	159815,00*** (10976,30)	122719,60*** (14227,37)	131708*** (15366,60)
Efeitos fixos de tempo e município	Não	Sim	Sim	Sim	Sim
Observações	1638	1608	1602	1522	1353
Tratamento	697	697	697	697	697

Variável	Modelo V	Modelo VI	Modelo VII
${\hat{β}}_{3}$	-21,44*** (4,17)	-0,0011 (0,0014)	-0,00070 (0,0011)
${\hat{β}}_{2}$	-64,52*** (7,65)	0,000335 (0,00039)	-0,000684* (0,00017)
${\hat{β}}_{1}$	-1492,10*** (139,91)	0,00275*** (0,00049)	0,0163*** (0,0034)
Controles
PIB	-4,56* (2,23)	0,0000075 (0,0000063)	0,000689* (0,00032)
ESF	-0,50 (0,96)	-0,0000050 (0,000033)	-0,000729*** (0,000024)
NMAT	3,60** (1,33)	0,00068 (0,000076)	0,00015 (0,00011)
Ag	-1,28 (1,17)	-0,0000714* (0,000033)	-0,000098 (0,00049)
Chuva_2013	57,45 (56,26)	-0,00283 (0,0016)	0,00186 (0,0014)
Constante	131708*** (15366,60)	-0,06635 (0,075)	-1,379*** (0,36)
Efeito fixo de tempo e municípios	Sim	Sim	Sim
Observações	1353	1353	1353
Tratamento	697	697	697

Departamento de Economia; Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da Universidade de São Paulo (FEA-USP) Av. Prof. Luciano Gualberto, 908 - FEA 01 - Cid. Universitária, CEP: 05508-010, Tel.: (55 11) 3091-5803/5947 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: estudoseconomicos@usp.br

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[1] Editor Responsável:

Marcos Yamada Nakaguma

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