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Aversão à desigualdade e preferências por redistribuição: A percepção de mobilidade econômica as afeta no Brasil? Os autores gostariam de agradecer a Juliana Londoño, Erik Figueiredo, Danielle Carusi, e aos participantes de seminários internos do NEE/CEDE/UFF e do seminário Ipea 435 - 2013, por importantes críticas, comentários e recomendações feitos a versões anteriores deste trabalho, bem como pareceristas e editoria deste periódico. Agradecemos também a Lena Lavinas pelo convite para participar no projeto "Medindo o Grau de Aversão à Desigualdade da População Brasileira Através dos Resultados do Bolsa-Família", que permitiu a obtenção da base de dados deste trabalho. Yasmín Salazar Méndez é grata, ainda, à CAPES pelo apoio financeiro concedido via programa "PEC-PG". A responsabilidade por esta versão final cabe exclusivamente aos autores.

Resumo

A noção de que a redistribuição é dos ricos para os pobres permitiria concluir a priori que os pobres são os principais partidários de medidas redistributivas, ao serem os potenciais beneficiários. Não obstante, estudos realizados principalmente para países desenvolvidos sugerem que a aversão à desigualdade e as preferências por redistribuição são moldadas por fatores que vão além do pecuniário. Neste trabalho, analisa-se o efeito da mobilidade econômica subjetiva na aversão à desigualdade e na demanda por redistribuição dos brasileiros, usando-se uma base de dados única, representativa do país, coletada em 2012. Os resultados sugerem que, em contradição com previsões teóricas e com evidências de países desenvolvidos, mesmo pessoas que aspiram ascender socialmente no futuro incomodam-se com a desigualdade e são favoráveis a políticas redistributivas. Brasileiros que perceberam uma piora na sua situação econômica também mostram-se favoráveis à redistribuição, resultado mais convencional. Ambos os conjuntos de resultados são confirmados por estimações feitas em subamostras definidas por renda familiar. Levantam-se hipóteses para se tentar explicar os resultados inesperados.

Palavras-Chave:
Aversão à desigualdade; Preferências por redistribuição; Expectativas de mobilidade futura

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