RESUMO
O texto produz uma arqueologia do fenômeno das cirurgias plásticas a partir das recomendações de beleza na coluna Elegância e Beleza, da revista O Cruzeiro, na década de 1940. Levando em consideração os vestígios deixados no periódico, identificamos a existência do discurso de aprimoramento racial defendido pelo movimento eugenista brasileiro. Apontamos as formas de propagação da ideologia de dominação racial branca nos enunciados de beleza, destacando o caráter sutil das propostas de ocultamento das fisionomias negras e indígenas no início do século XX. Acreditamos que Elegância e Beleza incentivou a adoção de ideais estéticos compatíveis com a biopolítica do racismo.
PALAVRAS-CHAVE:
Cirurgia Plástica; Beleza; Racismo; Biopolítica; O Cruzeiro