Este artigo procura analisar as mudanças ocorridas nas concepções sobre a caridade nos anos iniciais do século XX, no Brasil, especialmente com relação aos pobres camponeses deslocados pela seca, chamados de retirantes. As fontes são principalmente jornais, relatórios e depoimentos de contemporâneos, assim como partes diárias da Polícia da capital do Ceará. As posições da Igreja Católica e do Estado são confrontadas com movimentos dos próprios retirantes, que interpretam de diferentes maneiras as concepções sobre a caridade e o crime, exigindo, em resposta, transformações nas políticas de assistência aos pobres.
caridade; pobreza; retirantes; criminalidade