RESUMO
O artigo defende a importância do conceito de biomas brasileiros, tanto para a análise histórico-ambiental quanto para o desenvolvimento da legislação e das políticas públicas voltadas para a conservação do mundo natural. Além de discutir as linhas gerais da genealogia do conceito, argumenta que ele é especialmente útil para visualizar a construção territorial do país como um todo, apresentando claros limites para uma análise regional e microrregional minuciosa. A representação sintética dos biomas facilita a percepção sinóptica das regiões ecológicas do Brasil. Tal percepção vai ao encontro da adoção de uma premissa metodológica básica da história ambiental: a necessidade de investigar o movimento das sociedades humanas no contexto de territórios cheios e coloridos pela diversidade de seres vivos e dinâmicas geológicas que existem concretamente nos diferentes espaços do planeta. Ou seja, superar a simplificação apresentada por uma cartografia apenas política e centrada exclusivamente na ação humana. O artigo analisa, por fim, alguns exemplos da rica historiografia já existente sobre a história dos biomas, chamando a atenção para a importância de conhecer a produção que emerge no âmbito das várias regiões do país, tanto nos espaços acadêmicos quanto nos da literatura em geral.
PALAVRAS-CHAVE:
História ambiental; Territorialidade; Biomas; Florestas; Savanas