Objetivo Avaliar se a temperatura da superfície corporal nas proximidades da área de inserção do cateter venoso central é diferente quando os pacientes desenvolvem infecções da corrente sanguínea relacionadas ao cateter.
Métodos Estudo transversal observacional. Usando um termômetro infravermelho sem contato, 3 medições consecutivas de temperatura da superfície corporal foram coletadas de 39 pacientes com cateter venoso central nos seguintes locais: nas proximidades da área de inserção do cateter ou do reservatório do cateter totalmente implantável, na região contralateral equivalente (sem cateter), e na fronte do mesmo paciente.
Resultados Um total de 323 observações foram coletadas. Respectivamente nos pacientes do sexo masculino e feminino, desconsiderando a ocorrência de infecção, a temperatura média na área do cateter menos a da região contralateral (média ± desvio padrão: -0,3±0,6°C versus -0,2±0,5°C; p=0,36) e a da área do cateter menos a da fronte (média ± desvio padrão: -0,2±0,5°Cversus -0,1±0,5°C; p=0,3) resultaram em valores negativos. Além disso, em pacientes infectados, foram obtidos valores mais elevados na área do cateter (IC95%: 36,6-37,5ºC versus36,3-36,5ºC; p<0,01) e nas subtrações de temperaturas: área do cateter menos região contralateral (IC95%: -0,17 - +0,33°C versus-0,33 - -0,20°C; p=0,02) e a área do cateter menos fronte (IC95%:-0,02 - +0,55°C versus -0,22 - -0,10ºC; p<0,01).
Conclusão Utilizando um termômetro infravermelho sem contato, os pacientes com infecções da corrente sanguínea associadas ao cateter apresentaram valores de temperatura mais elevados, tanto ao redor da área de inserção do cateter e na subtração das temperaturas das regiões contralateral e fronte, em relação àquelas da área do cateter.
Cateteres venosos centrais; Infecções relacionadas a cateter; Termometria; Raios infravermelhos; Diagnóstico precoce; Terapia intensiva