RESUMO
Objetivo
Investigar o uso de medicamentos que aumentam o risco de queda entre pacientes que tiveram quedas notificadas ao Núcleo de Segurança do Paciente de um hospital, bem como identificar os fatores associados ao risco elevado de queda.
Métodos
Trata-se de estudo transversal realizado em hospital de ensino. A população do estudo foi composta pelo universo de notificações de queda enviadas para o Núcleo de Segurança do Paciente. A variável dependente foi alto risco para queda. A mensuração do risco de queda foi realizada de acordo com o Medication Fall Risk Score. Foram realizadas as análises descritiva, univariada e multivariada.
Resultados
Das 125 notificações de queda incluídas no estudo, 38 (30,4%) foram notificadas em 2014, 26 (20,8%) em 2015 e 61 (48,8%) em 2016. Metade dos pacientes (63; 50,4%) foram classificados na categoria alto risco de queda, e 74 (59,2%) apresentaram dois ou mais fatores de risco para o evento. As classes de medicamentos mais frequentes foram opioides (25%), ansiolíticos (19,7%), betabloqueadores (9,9%), antagonistas de angiotensina II (7%) e bloqueadores de canais de cálcio seletivos com efeitos principais vasculares (7%). Após a análise ajustada, os fatores associados com queda foram amputação (odds ratio: 14,17), sexo feminino (odds ratio: 2,98) e dor intensa (odds ratio: 5,47).
Conclusão
Os medicamentos são importante fator contribuinte para a queda intra-hospitalar, e o Medication Fall Risk Score contribui para a identificação de pacientes com alto risco de quedas.
Queda; Tratamento farmacológico; Near miss; Segurança do paciente; Fatores de risco; Preparações farmacêuticas