RESUMO
Objetivo:
Avaliar a utilização de antibioticoprofilaxia cirúrgica.
Métodos:
Foi realizado um estudo descritivo em um hospital universitário de cuidado terciário por meio de coleta de dados de prescrição, sociodemográficos e de hospitalização sobre todos os pacientes internados em 2014 que utilizaram pelo menos um medicamento antimicrobiano. Esses dados foram coletados da base de dados eletrônica do hospital. O consumo de antimicrobianos foi analisado de acordo com a classificação anatômica terapêutica e química/dose diária definida por mil pacientes-dia. Realizou-se uma análise exploratória por meio da análise de componentes principais.
Resultados:
Um total de 5.182 pacientes internados receberam prescrição de antibioticoprofilaxia cirúrgica, que corresponde a 11,7% do total de antibióticos utilizados no hospital. As unidades de ortopedia, pós-operatória de cirurgia torácica e cardiovascular e terapia intensiva pós-operatória foram responsáveis pela utilização de mais da metade (56,3%) da antibioticoprofilaxia cirúrgica. A duração de uso desses antimicrobianos nessas unidades foi 2,2, 2,0 e 2,4 dias, respectivamente. Cefalosporinas de terceira geração e fluoroquinolonas foram as classes de antimicrobianos com tempo de utilização mais longo.
Conclusão:
A utilização de antibioticoprofilaxia cirúrgica foi inadequada nas unidades de ortopedia, pós-operatória de cirurgia torácica e cardiovascular, terapia intensiva pós-operatória, ginecologia e obstetrícia e otorrinolarigonlogia. Portanto, são importantes o desenvolvimento e a implantação de estratégias que promovam o uso racional de antibioticoprofilaxia cirúrgica nos hospitais.
Descritores:
Revisão de uso de medicamentos; Antibioticoprofilaxia; Resistência microbiana a medicamentos; Infecção da ferida cirúrgica/prevenção & controle; Controle de infecções