Objetivo
Determinar a sobrevida global dos pacientes com câncer pancreático avançado e avaliar fatores com impacto prognóstico em um centro de câncer privado.
Métodos
Foram coletados retrospectivamente os dados do Registro de Câncer do Hospital Israelita Albert Einstein. Os pacientes incluídos apresentaram câncer metastático ao diagnóstico ou em estádio mais precoce com recorrência subsequente. Os casos de tumores neuroendócrinos foram excluídos.
Resultados
Foram avaliados 65 pacientes, incluindo 63 com adenocarcinoma. A sobrevida global mediana dos pacientes em todos os estádios foi 20,7 meses (IC95%: 15,6-25,7), enquanto a sobrevida global de doença metastática foi de 13,3 meses. Entre os 33 casos com câncer em estádio IV, não houve evidência de associação estatisticamente significativa entre a sobrevida mediana e CA19-9 ao diagnóstico (p=0,212), localização do tumor (p=0,482), primeiro tratamento realizado (p=0,337), invasão vasculo-linfática (p=0,286) e idade (p=0,152). No entanto, o número de linhas de quimioterapia foi significativamente associado com a sobrevida (log-rankp=0,013), com uma sobrevida mediana estimada de 10,2 meses para os pacientes que receberam até duas linhas de tratamento e de 23,5 meses para os que receberam mais de duas linhas.
Conclusão
A sobrevida dos pacientes tratados foi maior do que o relatado na literatura. O único fator estatisticamente significativo relacionado à maior sobrevida foi maior número de linhas de quimioterapia recebidas. Acreditamos que o nível socioeconômico dos pacientes pesquisados neste estudo, assim como seu maior acesso a opções de tratamento, pode ter influenciado em sua sobrevivência global.
Adenocarcinoma/quimioterapia; Neoplasias pancreáticas; Sobrevida (Saúde Pública)