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Falha da cânula nasal de alto fluxo: os desfechos clínicos podem determinar a interrupção precoce?

RESUMO

Objetivo:

Avaliar a evolução de desfechos clínicos em crianças com bronquiolite que utilizaram cânula nasal de alto fluxo, e determinar com quanto tempo de não melhora clínica a terapia deve ser interrompida para escalonamento do tratamento para outras formas de suporte ventilatório.

Métodos:

Estudo observacional retrospectivo, de lactentes com bronquiolite que utilizaram cânula nasal de alto fluxo. Os pacientes foram divididos em dois grupos de estudo, de acordo com o sucesso ou não da terapêutica com cânula nasal de alto fluxo, nomeados Grupo Sucesso e Grupo Falha. Foram analisadas as principais características demográficas e variáveis clínicas, tendo sido avaliadas 30 minutos e 6 horas após o início do tratamento até a retirada da cânula nasal de alto fluxo.

Resultados:

Foram estudados 83 crianças; destas, 18 crianças (21,7%) falharam. Entre os pacientes que tiveram sucesso na terapia, observou-se diminuição significativa da frequência respiratória (p<0,001), e também aumento significativo da saturação de oxigênio (p<0,001) já nos primeiros 30 minutos. O Grupo Sucesso foi significativamente diferente do Grupo Falha a partir de 6 horas, tanto para frequência respiratória (p<0,01), quanto para saturação de oxigênio (p<0,01).

Conclusão:

Na ausência de melhora dos sinais clínicos, a falha da terapia com cânula nasal de alto fluxo já pode ser considerada a partir de 30 minutos e, no máximo, em até 6 horas após o início da terapia. Após esse período sem melhora, o escalonamento para outro tipo de suporte ventilatório deve ser avaliado.

Descritores:
Cânula; Bronquiolite; Fatores de risco; Respiração; Criança

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