Resumo
Analisamos os discursos e as formas de experimentação da narrativa romanesca desenvolvidos por Manuel Puig, em Boquitas pintadas, e por Caio Fernando Abreu, em Onde andará Dulce Veiga?, a partir da noção de entrelugar. Por meio de tal lugar, instável e marcado por trocas e reelaborações simbólicas, é possível pensar, em ambos os romances, as condições em que se deflagram as experiências subjetivas e estéticas que se apresentam como possíveis no contexto em que tais obras se produzem, marcado pelo excesso de informação, pelas demandas do mercado editorial, pelas determinações da indústria cultural e pelo diálogo com a cultura de massa e um público massivo e diversificado. Sempre que possível, tais considerações se estendem, ainda, a certa produção literária experimentalista desenvolvida no âmbito mais geral da América Latina, entre os anos 70-90, aproximadamente.
Palavras-chave:
Manuel Puig; Caio Fernando Abreu; experimentação; romance latinoamericano contemporâneo