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Estéticas da aspiração, políticas da inclusão: comentarios ao desenvolvimento em dois saraus do Rio de Janeiro

Resumo

Durante os últimos cinco anos e após os dias de junho, a tradição dos saraus no Brasil experimentou uma mudança quantitativa: sua incidência aumentou exponencialmente em todo o território do país, seguindo o exemplo de eventos pioneiros como o da Cooperifa. O salto também foi qualitativo: há uma versão dessas performances culturais que responde à nova dinâmica socioeconômica do país e que descobre um repertório de significados que pode ser visto como parte de uma genealogia do desenvolvimento que sempre esteve presente por trás de sua encenação. O artigo apresenta, a partir do trabalho etnográfico em três desses eventos, uma paisagem cultural que interpreta o contexto e os significados de um fenômeno que não se inscreve apenas em relação à tradição dos saraus como o espaço por excelência da cultura periférica, mas com as narrativas de desenvolvimento econômico na região, especialmente aquelas colocadas em prática pelos governos do Partido dos Trabalhadores. Comentário e ruptura, essa nova cena de saraus lança pistas sobre os obstáculos ainda presentes ao desejo de igualdade da nação brasileira.

Palavras-chave:
saraus; periferia; desenvolvimento; classe media

Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea, Programa de Pós-Graduação em Literatura da Universidade de Brasília (UnB) Programa de Pós-Graduação em Literatura, Departamento de Teoria Literária e Literaturas, Universidade de Brasília , ICC Sul, Ala B, Sobreloja, sala B1-8, Campus Universitário Darcy Ribeiro , CEP 70910-900 – Brasília/DF – Brasil, Tel.: 55 61 3107-7213 - Brasília - DF - Brazil
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