resumo
Com este artigo, buscamos problematizar a percepção da chamada "escrita periférica" como um delineamento cultural e linguístico que se confronta com um "centro" ou um "circuito hegemônico" ao qual a periferia deveria ser, uma vez superados os antagonismos, "incluída". Tendo em vista o conceito de multidão oferecido pelos pensadores Hardt e Negri, propomos, ao contrário, uma subversão desta relação centro/periferia, dando ao pobre e à literatura marginal uma centralidade não em relação a um outro delineamento periférico qualquer, mas enquanto paradigma de uma produção linguística marcada por linhas de resistência a um só tempo comunitárias, em rede e sincréticas.
Palavras-chave:
literatura marginal; periferia; multidão; Ferréz; Sarau Vira-Lata