resumo
A obra de André Carneiro representa uma das bases fundamentais da “GRD geração”, o primeiro movimento da ficção científica no Brasil. Tanto em sua ficção quanto em seus ensaios, Carneiro propõe uma ideia de gênero conforme a qual o exercício literário é levado a um limite, questionando as afirmações em torno da autonomia literária. Partindo de um corpus que inclui diferentes textos emblemáticos da sua narrativa, analisaremos como o autor propõe ontologias literárias que ele formula apelando à construção de uma base epistemológica que reúne conceitos próprios da prática da hipnose (que Carneiro recupera de seus textos de divulgação) ou pertencentes à parapsicologia e à mecânica quântica. Assim, a proposta final de Carneiro parece orientada a construir, sob a influência de um sincretismo epistemológico que reúne os mencionados paradigmas, um modelo singular de realismo.
Palavras-chave:
André Carneiro; ficção científica; limites da literatura; autonomia literaria; hipnose; parapsicologia; mecânica quântica; realismo