Resumo
Este artigo adota a perspectiva da sociologia da literatura e parte do estudo da carreira de César Aira com a hipótese de que é nos anos 1990 que se registra sua crescente consagração. Um dos indicadores para isso é a presença simultânea em espaços definidos por lógicas opostas: a academia e o mercado editorial. Uma das editoras que se tornou um espaço essencial para Aira é a editora Beatriz Viterbo, criada em 1991 por três acadêmicos da Universidade de Rosário. Neste artigo, a partir de dados coletados em entrevistas detalhadas e arquivos, analiso as condições de criação de uma editora que, a partir da universidade, mas independentemente da instituição, promove a autogestão e a resistência aos modos dominantes de produção editorial, permitindo o desenvolvimento de trajetórias editoriais atípicas como a de Aira.
Palavras-chave: campo editorial; literatura argentina; sociologia da literatura; academia