Meu objetivo neste artigo é fazer um triplo movimento, tendo sempre como horizonte de partida e de chegada o conceito de multidão: i) compreender como as questões abertas pelos estudos culturais transformam os espaços de legitimação da literatura na medida em que são sintomas de transformações sociais importantes no pós-guerra e no próprio conceito de cultura; ii) demonstrar que a autonomia da literatura baseada em valores estético-identitários não consegue dar conta dos muitos devires do contemporâneo; e iii) considerar a literatura brasileira contemporânea como um espaço aberto para uma multiplicidade de formas de vida que têm na oralização da literatura seu processo de semiotização mais significativo.
multidão; estudos culturais; autonomia da literatura; multiplicidade