Resumo
As tessituras das literaturas contemporâneas brasileiras têm apresentado uma diversidade de suportes utilizados para a publicação literária, especialmente as tecnologias editoriais geridas pelas escritoras negras. A dinamicidade compreendida nas curvas do tempo espiralar (Martins, 2021MARTINS, Leda Maria (2021). Performances do tempo espiralar: poéticas do corpo-tela. Rio de Janeiro: Cobogó.) nos permite ver as ganhadeiras literárias como reflexos das negras de ganho, que assumem, neste tempo, novos contornos, mas que ainda guardam uma memória do que foram/são. Com base nisso, o principal objetivo deste trabalho é nomear as escritoras-editoras Deisiane Barbosa e tatiana nascimento, que gerem as editoras independentes Andarilha Edições e Padê Editorial, respectivamente, como ganhadeiras literárias, aproximando os elementos constitutivos das negras de ganho aos das ganhadeiras literárias: o tabuleiro no suporte de publicação, o alimento comercializado na literatura escrita, a cabeça que carrega o tabuleiro como mina para a produção intelectual e artística.
Palavras-chave:
ganhadeiras literárias; Deisiane Barbosa; tatiana nascimento; publicação independente; literatura contemporânea