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O predomínio das memórias frente ao romance nas narrativas a respeito da ditadura militar brasileira

The prevalence of the memoir over the novel in narratives about the Brazilian military dictatorship

El predominio de las memorias ante la novela en las narrativas respecto a la dictadura militar brasileña

Resumo

Este artigo analisa o declínio gradual na produção de romances sobre a ditadura militar brasileira (1964-1985) e a ascensão das memórias, gênero a tal ponto difundido que se converteu durante décadas na principal fonte histórica sobre o período, como mostra o historiador Carlos Fico. As memórias são ainda hoje largamente mais publicadas do que os romances. Para explicar o fenômeno, articulam-se argumentos epistemológicos, literários e históricos, lançando mão especialmente de teóricos como Merton, Russell, Avelar e Fico. O livro Viagem à luta armada (1996), de Carlos Eugênio Paz, servirá de estudo de caso. Defende-se a hipótese de que a preponderância das memórias deve-se: a) à noção de privilégio epistemológico envolvendo as pessoas afetadas diretamente pelo regime ditatorial; b) à noção de que a escrita ficcional não seria fidedigna às versões sobre o passado reivindicadas por diferentes segmentos da sociedade. Ambas noções são questionadas neste artigo.

Palavras-chave:
ditadura militar brasileira; romance; história; memórias

Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea, Programa de Pós-Graduação em Literatura da Universidade de Brasília (UnB) Programa de Pós-Graduação em Literatura, Departamento de Teoria Literária e Literaturas, Universidade de Brasília , ICC Sul, Ala B, Sobreloja, sala B1-8, Campus Universitário Darcy Ribeiro , CEP 70910-900 – Brasília/DF – Brasil, Tel.: 55 61 3107-7213 - Brasília - DF - Brazil
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