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Catatau, imagem e trânsito

Catatau, image and transit

Catatau, image y tránsito

Resumo

Em Catatau, Paulo Leminski desenha uma hipotética estadia de René Descartes no Brasil durante o domínio de Maurício de Nassau. Publicado em 1975, o romance apresenta um fluxo textual contínuo, imprevisível e heterogêneo. Descartes, nessa obra, percorre a linguagem rumo ao mundo e rumo a si mesma: poesia. Este trabalho conversa sobre dois destinos possíveis e inalcançados da viagem de Leminski: o Brasil-colônia da era dos descobrimentos, o Brasil contemporâneo ao autor. Tratando de trajetos que só se afirmam como possibilidade, este percurso crítico traz os conceitos de imagem, solidão da obra e fala errante, propostos por Maurice Blanchot em O espaço literário, e defende que os brasis produzidos a partir da tessitura literária do Catatau sejam imagens distanciadas umas das outras, bem como dos tempos e espaços que, segundo o senso comum, as teriam gerado; são uma espécie geminada de signos opacos que se dirigem àqueles dois brasis e deles também se afastam, transformando-os em algo não Brasil: linguagem, inquietação.

Palavras-chave:
imagem; fala errante; Paulo Leminski

Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea, Programa de Pós-Graduação em Literatura da Universidade de Brasília (UnB) Programa de Pós-Graduação em Literatura, Departamento de Teoria Literária e Literaturas, Universidade de Brasília , ICC Sul, Ala B, Sobreloja, sala B1-8, Campus Universitário Darcy Ribeiro , CEP 70910-900 – Brasília/DF – Brasil, Tel.: 55 61 3107-7213 - Brasília - DF - Brazil
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