Os currículos do ensino médio brasileiro têm a tradição histórica do enciclopedismo. Apesar disso, têm recebido sucessivamente novas disciplinas segundo decisões centrais, que dependem de execução descentralizada. Uma delas foi a Língua Espanhola, por motivos geopolíticos e geoestratégicos. Este trabalho efetua um balanço preliminar da introdução da disciplina, inclusive o perfil do professor. Os resultados revelam o improviso para atender à legislação e normas, considerando a grande quantidade de docentes sem formação adequada para ministrar esta disciplina. Ademais, quase a metade dos estabelecimentos declara não oferecê-la efetivamente. Esta mudança evidencia que decisões governamentais estão sujeitas às limitações das burocracias e aos jogos políticos, o que pode resultar na sua própria deslegitimação.
Formação de professores; Políticas educacionais; Ensino médio; Língua espanhola