Resumo
A proposta de apresentar os processos de aprendizagem por meio das práticas cotidianas do Reinado Mineiro perpassa por ampliar uma compreensão sobre as inúmeras maneiras de aprendizagem. Partindo dessa perspectiva, o envolvimento na prática nos remete a descrever e buscar compreender como se constitui o tornar-se reinadeiro, sobretudo pela musicalidade das crianças e dos jovens do Reinado. No Quilombo da Irmandade do Rosário de Justinópolis/MG encontramos uma estética desenhada nas danças, nos cantos e nas indumentárias que se diversificam nas diversas práticas existentes, como os tambores sagrados do Candombe, a Irmandade do Rosário, a Caravana de Santos Reis, as Pastorinhas, a Capoeira Angola, o Arraial Pé de Cana e o mais recente Coral Vozes de Campanhã. Neste território a aprendizagem está presente na atividade da vida social, um aprender diretamente relacionado à aquisição de habilidades, nas relações situadas, em contextos e cotidianos, sendo apresentadas no/com mundo vivido, território onde o conhecimento é construído, sentido e percebido. Para essas reflexões dialogamos com a “Teoria Social da Prática” de Jean Lave (1996), que reivindica uma abordagem relacional e cujo princípio fundamental é não separar as pessoas de suas vidas cotidianas, reafirmando que aprender é indissociável do cotidiano e da vida das pessoas.
Aprendizagem; Quilombo de Justinópolis; Habilidades; Cotidiano