Resumo
A investigação no domínio da educação de adultos tem apontado para o efeito positivo da educação formal com relação ao bem-estar em sentido amplo, no entanto, quanto ao impacto da educação não formal os estudos são ainda escassos, particularmente com populações de idade avançada. Em face de uma população mundial cada vez mais idosa, este estudo, de tipo correlacional ex-post facto, busca investigar de que forma a participação na educação não formal, através de universidades seniores (US) ou da terceira idade, tem potencial transformador no bem-estar subjetivo (BES), autoestima, autoeficácia em saúde e no sentido da vida das pessoas que frequentam este tipo de estabelecimentos educacionais em Portugal. Participaram no estudo 60 seniores, repartidos de igual forma entre usuários de uma US e seniores que não frequentavam uma US ou outro estabelecimento similar. Os dados foram recolhidos mediante o emprego de questionários adequados às variáveis em estudo e de reconhecimento internacional. Os resultados revelam efeitos substanciais no grupo com frequência da US na satisfação com a vida e afetividade negativa, na autoeficácia em saúde e na procura de sentido na vida, em relação ao grupo de controle. Quanto à afetividade positiva, enquanto componente afetiva do BES, bem como a autoestima e a presença de sentido na vida, não foram encontradas diferenças significativas, revelando-se os tamanhos do efeito pequenos. Conclui-se pelo contributo positivo das US sobretudo na dimensão cognitiva do BES, na saúde e em uma das dimensões do sentido da vida, podendo ser consideradas contextos de envelhecimento ativo e saudável e de desenvolvimento pessoal, e salienta-se a necessidade de continuidade das investigações, no sentido de superação das limitações encontradas.
Palavras-Chave:
Educação não formal; Bem-estar subjetivo; Sentido da vida; Autoeficácia em saúde; Universidades Seniores