Resumo
O presente artigo apresenta uma leitura sobre as merendeiras como agentes promotoras do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA), inseridas na política pública de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) de grande dimensão no Brasil, como parte do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). O Programa possui, dentre suas diretrizes, a Educação Alimentar e Nutricional (EAN), que deve estar inserida no processo de ensino e aprendizagem, perpassando o currículo escolar e ajudando a desenvolver práticas saudáveis de vida. Tem-se como objetivo verificar as potencialidades das merendeiras enquanto promotoras da EAN e do DHAA, a partir de suas narrativas. A entrevista narrativa foi utilizada como abordagem metodológica, com seleção de sete merendeiras que atuam em escolas públicas beneficiárias do PNAE, no Distrito Federal. A narrativa biográfica permitiu entender as experiências e percepções das merendeiras sobre seu lugar dentro da escola e do PNAE. Conclui-se que as merendeiras são protagonistas em potencial no exercício de proporcionar alimentação adequada e saudável e EAN, e trazemos para reflexões lacunas e entraves vivenciados por essas agentes para seu efetivo protagonismo. Como caminhos possíveis, aponta-se a constituição de espaços dentro do PNAE para discursos que não sejam apenas os hegemônicos, mas também daqueles que historicamente não tiveram o mesmo direito à voz e que ajudam a reconhecer e valorizar os papéis das merendeiras, contribuindo com a melhoria do PNAE e da alimentação escolar, fortalecendo a SAN e favorecendo o acesso ao DHAA.
Palavras-chave
Merendeira; Direitos humanos; Alimentação escolar; Políticas públicas; Educação