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A formatação da prova afeta o desempenho dos estudantes? Evidências do Enem (2016)1 1 - O presente trabalho foi realizado com apoio parcial da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) – processo número 2019/17135-2. Agradecemos também ao apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) a partir do Programa de Excelência Acadêmica (Proex).

Resumo

Este artigo analisa o impacto da posição em que as questões são apresentadas sobre o desempenho dos estudantes no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no Brasil em 2016. A partir de uma amostra de 4.427.790 casos, calculamos o índice de acerto por questão para os diferentes cadernos de prova da área de Matemática e suas Tecnologias. Os resultados indicam a presença do efeito fadiga na prova do Enem 2016, ou seja, a ordem de apresentação das questões afeta a proporção de respostas corretas, que diminui à medida que o item é apresentado mais próximo do final da prova. As evidências exploratórias também sugerem que o efeito fadiga se manifesta tanto em estudantes de baixo quanto de alto desempenho. Por exemplo, a posição do item reduziu o índice de acerto em até 18 pontos percentuais, controlando pelo nível de desempenho. Este artigo faz a primeira avaliação empírica do efeito fadiga no Enem e os resultados representam uma contribuição para a literatura sobre influências não cognitivas em avaliação e são úteis para fundamentar estudos mais sistemáticos sobre o impacto do efeito fadiga em testes padronizados de larga escala, inclusive para além do caso específico analisado. Ao final, sugerimos medidas que podem mitigar esse efeito no Enem.

Efeito fadiga; Testes padronizados; Enem; Microdados; Desempenho educacional

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