Resumo
O objetivo foi identificar se há, no corpo docente, assimetrias de gênero, raça e especialmente a interseccionalidade de gênero e raça no acesso acadêmico aos programas de pós-graduação stricto sensu em educação física no Brasil; bem como verificar se as linhas de pesquisa envolvem as referidas temáticas. Foi realizado um levantamento do quantitativo de pesquisadores/professores de todos os programas de pós-graduação stricto sensu em educação física no Brasil a partir de busca prévia dos dados cadastrados e disponibilizados pela CAPES e de posterior consulta aos sítios eletrônicos de cada programa para identificação de sexo, cor da pele e linhas de pesquisa. Observamos que 65,8% dos docentes são homens brancos, enquanto uma pequena parte (0,52%) corresponde a mulheres negras. As linhas e projetos existentes têm pouca relação com as questões raciais e de gênero. Além disto, verificou-se que os pesquisadores contemplados com bolsa de Produtividade em Pesquisa (PQ) são majoritariamente pessoas do sexo masculino, de cor de pele branca ou amarela e que produzem a partir das ciências biomédicas. Conclui-se, portanto, que as desigualdades interseccionais de gênero e raça estão muito presentes nos programas de pós-graduação em educação física e que temáticas de gênero e raça são escassas.
Palavras-chave
Interseccionalidade; Racismo; Sexismo; Ciência; Colonialidade