RESUMO:
A pesquisa aqui apresentada foi construída na premissa que a educação em ciências deve superar um ensino voltado à aprendizagem de conceitos científicos, indo em direção a uma educação crítica e conectada com questões políticas da modernidade, como as relações entre ciência e patriarcado. A partir da recorrência na literatura de Marie Curie como exemplo de mulher na ciência, desenvolvemos a pesquisa com vistas a responder a seguinte questão: quais condições possibilitaram Marie Curie a participar da ciência e como a compreensão dessas condições permite caminhos na educação em ciências capazes de promover discussões a respeito dos baixos números de exemplos femininos na história da ciência. Com base em referenciais da educação em ciências e da História Cultural da Ciência, construímos subsídios para responder à pergunta de pesquisa, apontando que trazer exemplos de mulheres na ciência é insuficiente para uma suposta representatividade feminina. Isso porque a visibilidade de uma cientista depende de suas condições de participar das práticas científicas e, portanto, para termos mais mulheres na ciência, as condições estruturais para elas trabalharem devem ser ampliadas.
Palavras-chave:
Mulheres na ciência; Patriarcado; Educação em ciências