Resumos
A avaliação escolar é discutida como atividade cotidiana de colaboração entre professores e alunos na busca do conhecimento científico. Fundamentados em uma concepção dialética do conhecimento, repudiamos a avaliação puramente classificatória praticada nas escolas e propomos que a crítica ocupe lugar central na interação professor- aluno-conhecimento, de modo que a avaliação se volte para a dinâmica da construção dos significados. A experimentação deste conceito de avaliação no ensino superior de química tem produzido alguns bons resultados: maior participação dos alunos em aula, mais e melhores críticas, ensino mais conseqüente. A maior dificuldade tem sido romper o vínculo estabelecido pelos alunos entre realização de atividades e atribuição de notas, pois encontram-se fortemente condicionados pela avaliação classificatória.
ensino de ciências; avaliação escolar; concepção dialética de conhecimento.
Teaching/learning evaluation at school is discussed as collaboration between teachers and pupils during scientific knowledge searching in their everyday activities. Based on a dialectic conception of knowledge, we reject the mere grading evaluation which is habitually done at schools and suggest that the critical thinking should play the central role in teacher-pupil-knowledge interaction. Therefore, evaluation should focus on the construction dynamics of meanings. Experiments of this evaluation concept with the teaching of university chemistry have led to some good results: more participation of the students during classes, more and better critical thinking, and thus a more effective teaching. The major difficulty found was to break the tie established by pupils between class activities and grading, since they are conditioned by a classification type of evaluation.
science teaching; school evaluation; dialectic conception of knowledge.
Texto completo disponível apenas em PDF.
Full text available only in PDF format.
- ALONSO SANCHÉZ, M. et al. (1996). Evaluar no es calificar. La evaluación y la calificación en una ensenanza constructivista de las ciencias. Investigación en la Escuela, n.30, p.15-26.
- ANDRÉ, M. E. D. A. (1996). Avaliação escolar: além da meritocracia e do fracasso. Cadernos de Pesquisa, n.99, p.16-20.
- AUSUBEL, D.; NOVAK, J.; HANESIAN, H. (1980). Psicologia Educacional. Rio de Janeiro: Interamericana.
- COMTE, A. (1991). Curso de Filosofia Positiva. São Paulo: Nova Cultural (Os Pensadores).
- CUPANI, A. (1985). A Crítica do Positivismo e o Futuro da Filosofia. Florianópolis: Editora da UFSC.
- CHASSOT, A. (2000). Alfabetização Científica. Ijuí, RS: Ed. Unijuí.
- DARSIE, M. M. P. (1996). Avaliação e aprendizagem. Cadernos de Pesquisa, n.99, p.47-59.
- GOWIN, D. B. (1981). Educating. Ithaca, NY: Cornell University Press.
- KENSKI, V. M. (1988). Avaliação da aprendizagem. In: VEIGA, I. P. A. (coord.) Repensando a Didática. Campinas: Papirus.
- KOSIK, K. (1976). Dialética do Concreto. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
- LUCKESI, C. C. Avaliação da Aprendizagem Escolar. São Paulo: Cortez, 1997.
- MOREIRA, M. A. (1990). Pesquisa em Ensino: o vê de Gowin. São Paulo: EPU.
- MOREIRA, M. A. (1983). Uma Abordagem Cognitivista ao Ensino da Física. Porto Alegre: EDUFRGS.
- ROMÃO, J. E. (1998). Avaliação Dialógica: desafios e perspectivas. São Paulo: Cortez.
- SOUSA, S. M. Z. L. (1997). Avaliação escolar e democratização: o direito de errar. In: AQUINO, J. G. (coord.) Erro e Fracasso na Escola: alternativas teóricas e práticas. São Paulo: Summus.
- VASCONCELOS, C. S. (1993). Avaliação: concepção dialético-libertadora do processo de avaliação escolar. São Paulo: C. S. Vasconcelos (Cadernos Pedagógicos do Libertad, v.3).
-
#
[] Os instrumentos utilizados no levantamento das concepções dos alunos serão descritos em outro trabalho, em preparo.
-
&
[] Por exemplo, a leitura da equação ∆U = Q + W é que a variação da energia interna do sistema decorre do fato do sistema ter sido submetido a processos de transferência de energia, que podem ser calor e trabalho. Isso significa associar a equação aos fenômenos e resgatar sua historicidade, o que é muito mais que utilizar uma simples relação matemática entre grandezas.
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
Jun 2002
Histórico
-
Recebido
06 Fev 2002 -
Aceito
06 Maio 2002