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LITERATURA NÃO-CANÔNICA DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA EM AULAS DE CIÊNCIAS

NON-CANONICAL LITERATURE OF SCIENTIFIC SPREADING OF SCIENCE TEACHING: IN ADDITION TO THE CONTENT OF SCIENCE

Resumos

Diferenciando a divulgação científica canônica da divulgação científica não canônica, este trabalho realiza uma análise de narrativas presentes em obras não canônicas de literatura, destacando suas potencialidades ao ensino de ciências. Foi possível localizar uma opção narrativa pela imaginação criadora, pela capacidade humana e por sua potencialidade criativa, elementos que são, nesse caso, motes fundamentais para reflexão sobre a vida humana e também sobre a ciência. Em especial na obra Meninos da planície, Cástor Cartelle, 2001, foi possível perceber uma contribuição para renovação do ensino de ciências, pois sua centralidade recai sobre a reflexão acerca da humanização dos sujeitos e não sobre a transmissão de conteúdos da ciência, embora essa dimensão, a da formação científica, esteja inequivocamente presente, sem prejuízos.

Ensino de ciências; humanismo; divulgação científica


Differing the canonical scientific spreading from the non-canonical scientific spreading, this study makes analysis of the narratives present in non-canonical works of literature. It was possible to localize one narrative option through the creative imagination, the human capacity and its creative potentiality, elements which are, in this case, fundamental motivations for the reflection about human life and also about science. In particular the work Meninos da Planície, Cástor Cartelle, 2001, was possible to suppose a likely contribution to the renewal of science teaching in the selected works, because its centrality remains over the reflection about the humanizing of the subjects and not over the transmission of science contents, although such dimension, the one of scientific formation, is undoubtedly present, without any harm.

Science teaching; humanism; scientific spreading


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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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OBRAS DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA

  • BRUCE, Colin. As aventuras científicas de Sherlock Holmes - o paradoxo de Einstein e outros mistérios. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002.
  • BRUCE, Colin. Novas aventuras científicas de Sherlock Holmes - casos de lógica, matemática e probabilidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.
  • CARTELLE, Castor. Os meninos da planície - histórias de um Brasil antigo. Belo Horizonte: Formato, 2001.
  • CLARKE, Arthur. 2001 - odisséia no espaço. Portugal: Europa-América, 1982.
  • GILMORE, Robert. Alice no país do quantum: uma alegoria da física quântica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
  • GILMORE, Robert. O mágico dos Quarks - a física de partículas ao alcance de todos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002.
  • MACHADO, Ângelo. O dilema do bicho-pau. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997.
  • MANN, Thomas. A montanha mágica. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000.
  • NOVELLO, Mário. Os sonhos atribulados de Maria Luísa: uma alegoria da cosmologia e da física. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000.
  • SAGAN, Carl. Contato: romance. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.
  • SAGAN, Carl. Cosmos. Editora Vila Rica, 1992.
  • 1
    Este artigo é parte do trabalho de doutorado intitulado Divulgação científica como literatura e o ensino de ciências, Gisnaldo Amorim Pinto, Universidade de São Paulo, 2007
  • 2
    O conceito de "si-mesmo" pode ser baseado da psicanálise e da psicologia. O "si-mesmo" pode ser entendido à luz da psicanálise como o self, ou seja, uma esfera da consciência humana, onde o sujeito encontra sua essência, segurança, equilíbrio e leveza. O despontar do selfna psicanálise implica no final de um processo analítico. Na psicologia analítica o self e o si-mesmo compreendem a manifestação de um estado mais seguro da consciência. Nossa abordagem para o si mesmo não se distancia muito disto, embora não tenhamos a intencionalidade de utilizar categorias da psicanálise.
  • 3
    Temos notícias de utilização da obra em escolas da rede particular de ensino de Belo Horizonte e região metropolitana, com bastante recorrência em algumas escolas nos últimos anos, o que nos indica para uma apreciação de sua qualidade e adequação ao ensino de ciências.
  • 4
    A avaliação destes curtos trechos é devida a uma espécie de "crença" que o autor revelou no começo do livro: "Com suas pesquisas, aos poucos, ia trazendo de volta um passado remoto" (CARTELLE, 2001, p.8).
  • 5
    Marvin Mercer, Escola pública 153, quinto grau, Harlem, Nova York, 1981, APUD SAGAN, 1997
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    Licenciado em Ciências Biológicas pela UFMG; Mestre em Educação pela UFMG; Doutor emEducação pela Universidade de São Paulo. Prof. Adjunto da Universidade Federal de São João DelRey. E-mail: gisnaldo@ufsj.edu.br

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Dez 2009

Histórico

  • Recebido
    09 Out 2008
  • Aceito
    25 Jul 2009
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