Este trabalho objetiva problematizar as formas de participação técnico-assistencial e política dos psicólogos frente à Política Nacional de Saúde Mental, tomando a realidade piauiense como analisador do quadro brasileiro. A pesquisa consistiu de três etapas: levantamento documental acerca da participação dos psicólogos no processo de Reforma Psiquiátrica local; entrevista semiestruturada com os profissionais (n = 33), e acompanhamento, por meio da observação participante e diário de campo, dos principais eventos e mobilizações sociopolíticas no biênio 2009/2010. Como resultados, percebemos que o discurso de compromisso social e o engajamento dos psicólogos em defesa da reforma no Plano Nacional tem pouca equivalência em termos de transformação das práticas e das posturas político-profissionais na realidade piauiense. Tais profissionais estão fortemente implicados com a preservação do modus operandi clássico da psicologia. Esse modo de participação dos psicólogos resulta na pouca sustentabilidade técnico-assistencial e sociopolítica do Movimento da Reforma Psiquiátrica, seja nacional, seja localmente.
reforma psiquiátrica; ação político-profissional; militância; compromisso social; psicologia