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A máquina do psiquismo

The machine of the psychism

A invenção da psicanálise por Freud ocorreu num campo do saber estruturado pelo cientificismo, a crença que investe a ciência do poder de abarcar todos os domínios do real. Segundo autores, este ponto de partida cientificista fragilizaria epistemologicamente o discurso freudiano, o qual se veria assolado por uma insuperável contradição entre um programa mecanicista (baseado em conceitos tais como determinismo, energia, etc.) e uma hermenêutica infinitamente aberta à produção subjetiva de sentido. Focalizando particularmente o "Projeto para uma psicologia científica", no qual Freud constrói uma verdadeira máquina do psiquismo, projetando conceitos das ciências naturais no psiquismo, demonstraremos que a originalidade da racionalidade inventada por Freud consiste justamente em ser uma razão limítrofe, de borda, que conjuga e separa sentido e pulsão, desestabilizando as fronteiras entre os saberes estabelecidos. Concluímos, portanto, que não há no discurso freudiano uma contradição que nos forçaria a optar entre a força e o sentido.

psicanálise; cientificismo; sujeito; pulsão; sentido


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