Nos estudos acerca da juventude e ativismo político encontramos posições que ora qualificam essa experiência como apática e desconectada da política, ora como essencialmente predisposta à política. Discutimos as respostas dicotomizadas a essa questão - a não problematização da noção de política e da real possibilidade de os jovens serem compreendidos como atores políticos - bem como o privilégio de estudos de cunho quantitativo têm levado a reducionismos que impedem uma análise mais contundente das complexas dinâmicas psicossociais que marcam a aproximação entre juventude e política. Apresentamos algumas notas metodológicas sobre essas questões. Refletimos sobre elementos de uma concepção de ciência que podem orientar uma posição não reducionista sobre a relação juventude e política, sobre interpretação, saberes localizados e reflexividade necessários a essa perspectiva e sobre a dimensão política da pesquisa qualitativa. Apresentamos, ainda, aspectos metodológicos da pesquisa sobre juventude e participação política desenvolvida no Núcleo de Psicologia Política da Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil.
juventude; política; metodologia; Brasil