A epistemologia construcionista social reposiciona profissional e paciente como co-construtores do cuidado em saúde. Assumindo essa perspectiva, buscou-se, com este estudo, conhecer as práticas discursivas de pessoas diagnosticadas com Anorexia Nervosa e Bulimia Nervosa sobre os lugares ocupados por pacientes e profissionais na construção do tratamento. Foram realizadas entrevistas individuais audiogravadas com pacientes de um serviço de assistência em transtornos alimentares. O discurso construcionista social orientou essa pesquisa. Para análise do corpus foram utilizadas as propostas das delimitações temático-sequenciais, as práticas discursivas e produção de sentidos, e a teoria do posicionamento. A construção dos resultados sugere que os padrões de coordenação das ações entre profissionais e pacientes podem sedimentar lugares e posicionamentos enrijecidos e disponibilizar pouco espaço para negociações. As propostas do diálogo aberto e da parceria colaborativa foram oferecidas como possibilidades para construção de novos relacionamentos profissional-paciente, entendendo a conquista do bem-estar como produto da ação conjunta.
relações profissional-paciente; participação do paciente; transtornos da alimentação