A atenção é habitualmente investigada como um processo voltado para o mundo exterior. Nos últimos vinte anos tem aumentado nas ciências cognitivas o interesse por metodologias de primeira pessoa para investigar a experiência. Acrescente utilização de tais metodologias tem colocado o problema de como acionar e mobilizar uma atenção a si, acessando aquilo que se apresenta como experiência. A partir da abordagem enativa de Francisco Varela, o objetivo do artigo é discutir como a mobilização da atenção a si depende da maneira como ela é corporificada num contexto e situação concreta. Através da abordagem da enação, ampliamos a noção de atenção e concluímos que a atenção a si não se resume a um processo de auto-observação, mas pode constituir um processo de autoprodução.
cognição; atenção a si; metodologias de primeira pessoa