O movimento hip-hop tem, em sua composição social, jovens pobres que se organizam de modos diversos. Na cidade de Recife, localizamos diferentes formas político-organizativas convivendo simultaneamente, uma associação, uma rede, inúmeras crews (posses) e grupos que não obedecem a uma territorialidade, nem buscam seguir a tradição de estar articulados em todos os elementos. O objetivo deste texto é evidenciar os conflitos sociais que tal movimento instaura, as tensões que provoca no sistema de referências com o qual se relaciona e as instabilidades que ele causa na lógica hegemônica. Para tanto, apresentamos a dinâmica do movimento, seu sistema de referências, tensões, conflitos e antagonismos com os quais ele trabalha. Identificamos três conflitos principais: a juventude pobre no contexto da sociedade de consumo; a mídia e sua relação com a indústria cultural; e a afro-descendência. Os antagonismos se colocam na formulação de um campo ético-político referente à participação convencional e não convencional.
movimento hip-hop; conflitos; antagonismos