RESUMO
O objetivo deste artigo é analisar como e em que medida a retórica das organizações multilaterais se alinha com a promoção de modelos de regulação pós-burocrática da educação no contexto latino-americano. Enquadrado na teoria da regulação e da noção de campo global da política educacional, este artigo pretende contribuir para a compreensão do componente discursivo da regulação transnacional. Analizan-se documentos patrocinados por três agências multilaterais da região publicados entre 2012 e 2018: a Oficina Regional de Educação para a América Latina e o Caribe da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (OREALC/UNESCO), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI). O foco é sobre a compreensão de como se articula o discurso dessas agências sobre o governo da educação, suas ligações com o contexto de produção e seu caráter político, no sentido que expressa recomendações com base em valores e não apenas técnicas. Procura-se identificar os temas e abordagens dominantes, e também as contradições, variações, ênfases diferentes e abordagens alternativas.
Palavras-chave:
Reforma educacional; Regulação pós-burocrática; Organizações internacionais; América Latina