O presente texto reflete sobre a relação entre músicas, mídias e escola tendo como sujeitos de análise crianças e adolescentes, categorias que se constroem socialmente pelas determinações econômicas, culturais, tecnológicas e sociais. Busca-se teorizar sobre as mídias a partir de autores como Adorno, Bourdieu e Canclini entre outros, para entender como alunos de escolas públicas e particulares vivenciam, expressam e significam os objetos musicais midiáticos, em que contextos, tempos, e sob quais mediações numa sociedade em que prevalecem os imperativos mercadológicos. Os instrumentos de pesquisa (questionários, observações e entrevistas) mostram que embora a televisão seja ainda um importante meio de consumo e fruição da música, cada vez mais, em especial com os adolescentes, a internet e as tecnologias digitais assumem a dianteira nesse processo. Aborda-se a temática a partir da compreensão da totalidade e da contradição inerentes à relação com os objetos culturais na sociedade tecnológica contemporânea que promove uma aproximação de universos de classes distintas pelo consumo midiático. A escola é vista como mediação que pode favorecer a produção de conhecimentos sobre a música na explicitação da cultura midiática em sua dimensão histórica e social passível de ser apropriada como fator de emancipação e de consciência crítica em relação à sociedade mais ampla.
história da cultura musical; mídias e consumo; práticas escolares