RESUMO
Contra as evidências que entendem a educação escolar como um produto e os professores como figuras acessórias para a reprodução de propostas curriculares alienígenas, esse artigo propõe discutir possibilidades de projetos curriculares para o ensino de História na educação básica tomando por referência documentos produzidos por graduandos de Licenciatura em História ao pesquisar elementos da cultura escolar, a saber, os diferentes sujeitos escolares, os discursos, as práticas e os rituais, a cultura material e a arquitetura escolar (VIÑAO-FRAGO, 2007VIÑAO-FRAGO, Antonio. Sistemas educativos, culturas escolares e reformas. Portugal, Mangualde: Edições Pedago, 2007.). Retomamos o entendimento de Marc Bloch (2001)BLOCH, Marc. Apologia da História, ou, O ofício de historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2001., para quem, o ofício do historiador, e do professor de História, por conseguinte, implica em posicionamento criativo, uma vez que pressupõe movimento, transformação e renovação. Tal postura se coaduna com o debate em torno da cultura escolar que toma a instituição escolar como produtora de cultura e não mera reprodutora de culturas que lhe são exteriores. Consideramos estar em jogo a relação entre projeto e destino (ARGAN, 2004ARGAN, Giulio Carlo. Projeto e destino. SP: Ática, 2004.): seguir o desígnio dito e decidido por outrem e efetuar o produto educacional, consumando a tão criticada fragmentação entre os criadores e executores ou projetar, tomando para si o desígnio, o desenho da aula de História.
Palavras-chave:
Ensino de História; Currículo; Cultura escolar; Projetos