Busca-se discutir os conceitos afetividade e cognição, e suas implicações na educação. Parte-se da ideia de que a diferença entre humanos e demais seres decorre da necessidade de aprender a ser; ou seja, das dificuldades de ser do homem, advindas desse exercício, e não o emprego puro e simples da racionalidade. Schopenhauer apresenta a hipótese de que as noções de tempo e espaço são resultado da sensibilidade e percepção acerca, respectivamente, dos fenômenos do movimento e das relações das coisas no mundo. Infere-se, então, que das relações estabelecidas ao longo de suas trajetórias existenciais entre as coisas e seres nascem os afetos, ou seja, os modos como as coisas (ou seres) afetam ou são afetadas em suas diversas manifestações. A tese deste ensaio sugere que a razão nada mais é do que a afetividade formatada ao modo humano: a resultante do sentido existencial entrecruzado à realidade. Logo não haveria supremacia da cognição em detrimento da afetividade, por serem um e mesmo fenômeno: o do entendimento da realidade; baseando-se nos afetos sentidos e percebidos pelo sujeito. Tal premissa pode contribuir com o pensamento educacional ao (re)integrar a afetividade e a cognição, ao contrário do que se vem praticando: um privilégio exacerbado da educação racionalista. Essa (re)integração pode ocorrer pela conjunção da Arte, da Filosofia e da Psicologia, o que, de certo modo, defende a Pedagogia Waldorf, de Rudolf Steiner.
afetividade; cognição; razão crítica; educação integral; pedagogia Waldorf