RESUMO
O processo de constituição de um espaço acadêmico específico da área das Ciências da Educação em Portugal relaciona-se com a efervescência da cientifização da pedagogia em outros países no século XIX, acarretada pela relação entre industrialização e universalização da educação, bem como com as próprias demandas e lutas nacionais no âmbito educacional no século seguinte. Objetivar, pois, este espaço constitui um exercício complexo de reflexividade, no qual o contexto português deve ser tomado como expressão sui generis que possibilita, por meio de suas especificidades, entender dinâmicas mais amplas do campo científico e do ensino superior desse país. Esse é o cenário desta entrevista com a professora catedrática jubilada do Instituto de Educação (IE) da Universidade de Lisboa (UL) Maria Teresa Estrela. Parte-se da posição acadêmica da professora - uma das cientistas mulheres pioneiras na autonomização das Ciências da Educação em Portugal, com décadas de atuação na UL desde o fim da ditadura em 1974 - para promover um diálogo entre a sua trajetória formativa e profissional e o próprio desenvolvimento do espaço das Ciências da Educação no cenário acadêmico português.
Palavras-chave: Ciências da Educação; Espaço acadêmico específico; Portugal; Maria Teresa Estrela